A Árvore, em pé, no meio das planuras,
    cheia de riso e flor, verduras, passarinhos,
    - Ela é o guarda-sol dos frutos e dos ninhos.
    - É o tecto nupcial das conversadas puras.

O humilde cavador que foiça as ervas duras
    dos broncos matagais e escalrachos maninhos,
    sob ela faz o seu leito, ao cruzar os caminhos,
    torrado da soalheira ou nas sombras escuras.

     

     Contudo, o Homem ingrato esquece a Árvore amiga
    e prefere a Cidade e a balbúrdia inimiga,
    onde a alma corrompe em orgias triviais.

    Mas a Árvore lá fica, a espreitar nas ramadas
    como a mãe lacrimosa, a olhar sempre as estradas
    - a ver se o filho volta à cabana dos pais!

 

 

Os gemidos da árvore

 

 

 

Gomes Leal

Claridades do Sul

 

 

 

 

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